Durante décadas, os moçambicanos têm sido confrontados com discursos de crescimento económico, relatórios otimistas e números multimilionários relacionados à exploração de recursos naturais. Empresas que operam no país anunciam lucros em milhões de dólares, gerados a partir de riquezas minerais extraídas em diversos distritos.
Contudo, ao visitar as comunidades onde esses recursos são retirados, o cenário encontrado é doloroso: pobreza extrema, falta de serviços básicos e um povo que não vê qualquer benefício proveniente das riquezas do seu próprio solo.
Corrupção estrutural e promessas que não chegam ao povo
Apesar da abundância de recursos naturais, Moçambique permanece mergulhado numa profunda crise socioeconómica. De acordo com diversas análises de especialistas, a corrupção sistémica — que atinge os mais altos escalões do Estado — tem sido o principal fator que impede o desenvolvimento real das comunidades.
Passados quase 50 anos após a independência, muitos questionam como um país outrora cheio de esperança conseguiu regredir em tantos setores. Hospitais sem condições, fome generalizada, desemprego entre jovens e níveis alarmantes de analfabetismo continuam a marcar o cotidiano das populações.
Para muitos, a realidade é de “salve-se quem puder”, onde prevalece a luta individual, a falta de oportunidades e um Estado incapaz de transformar riqueza mineral em bem-estar social.
Relatórios que não refletem a vida real
Todos os anos, discursos triunfalistas e relatórios governamentais apresentam uma imagem positiva do país. No entanto, para o cidadão comum, esses números parecem pertencer a um universo paralelo.
Nas ruas, aldeias, localidades e centros administrativos, a infraestrutura continua precária, o acesso à água e à saúde é limitado e os salários permanecem entre os mais baixos da região.
Muitos moçambicanos afirmam não se sentir representados pelos líderes que dizem trabalhar em nome deles — e há quem descreva o sistema como uma “máfia” que opera de forma desconectada das necessidades do povo.
Um futuro que precisa ser diferente
Para que Moçambique avance, analistas defendem que os números económicos devem finalmente se transformar em qualidade de vida. O crescimento precisa ser visível, palpável e mensurável na vida real:
- Mais jovens empregados
- Famílias livres da fome
- Crianças saudáveis e com acesso à educação
- Mulheres grávidas assistidas com dignidade
- Idosos protegidos e valorizados
- Empreendedores moçambicanos a prosperar
O país necessita de um modelo de gestão que coloque o cidadão no centro do desenvolvimento. Apenas assim as estatísticas poderão acompanhar as necessidades reais da população e representar verdadeiros progressos.
notícia relacionada: https://futnews24.com/laporta-rebate-florentino-e-dispara-tentam-justificar-algo-que-nao-existe/