Um grupo de 51 trabalhadores da empresa Fitech Engenharia — entre carpinteiros, pedreiros e ajudantes — decidiu tomar uma medida extrema para exigir o pagamento dos seus salários: “amarraram” e confiscaram o carro do patrão. O caso ocorreu após um mês completo de trabalho sem remuneração, numa obra de construção de escritórios numa fábrica de óleo, no distrito do Dondo, província de Sofala.
De acordo com a TV Visão, que acompanhou o incidente, os jovens afirmam ter sido enganados pela empresa. Garantem que trabalharam durante 30 dias, conforme acordado, mas até hoje o valor prometido não foi depositado nas suas contas.
Segundo os trabalhadores, o patronato falha repetidamente em indicar uma data exacta para o pagamento. Um dos operários relatou que “o próprio patronato não está a dar nenhuma satisfação a respeito do nosso trabalho”, intensificando a revolta entre o grupo.
As declarações são reforçadas por denúncias de informações contraditórias dadas aos trabalhadores. “Disseram-nos que o ordenado seria pago entre os dias 20 e 25. Mas quando confrontámos o patrão, ele respondeu que não tinha essa informação”, contou outro dos jovens, acusando a empresa de recuar sempre que é questionada sobre os seus compromissos.
As condições de trabalho também são motivo de indignação. Os operários afirmam que foram obrigados a trabalhar no período nocturno sem qualquer segurança e com iluminação precária. “Usávamos as lâmpadas dos celulares para trabalhar”, explicou um deles, acrescentando que lhes foi prometido um contrato formal — promessa que nunca saiu do papel.
Os trabalhadores dizem ainda que a situação não é inédita. Afirmam que outros grupos só conseguiram receber os seus salários após recorrer às autoridades de justiça, acusando a empresa de repetição de práticas abusivas.
Agora, os 51 trabalhadores exigem que a Fitech Engenharia cumpra com as obrigações legais e proceda ao pagamento imediato do salário referente ao período trabalhado. Pedem também a intervenção urgente das entidades competentes, de modo a travar o que consideram ser um ciclo de irregularidades que afecta trabalhadores do sector da construção civil.
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