Autoridades ferroviárias confirmam dois descarrilamentos provocados por vandalização da linha férrea no distrito de Dondo, em Sofala. Os ataques, registados na noite de sábado e madrugada de domingo, elevam para quatro o número de sabotagens em apenas 30 dias e estão a causar grandes constrangimentos na circulação de passageiros e mercadorias.

A província de Sofala voltou a viver momentos de tensão na madrugada deste domingo, após novos actos de vandalização ferroviária provocarem o descarrilamento de dois comboios de transporte de carvão e mercadorias. Os episódios ocorreram no distrito de Dondo e elevam para quatro o número de sabotagens registadas em apenas 30 dias, colocando pressão sobre a segurança das linhas nacionais.
De acordo com informações recolhidas no local, o primeiro incidente ocorreu por volta das 23h de sábado, no quilómetro 1+500 da linha de Sena, quando um comboio carregado de carvão — proveniente de Moatize e com destino ao Porto da Beira — saiu dos carris depois de indivíduos desconhecidos removerem partes essenciais da estrutura, incluindo fixadores do carril e travessas.
Pouco tempo depois, já à meia-noite, outro ataque foi registado no quilómetro 21+200 da linha de Machipanda. Desta vez, para além da remoção dos materiais de suporte, os autores chegaram a virar completamente o carril, provocando o descarrilamento de um comboio de mercadorias que circulava no sentido oposto.
Nada foi furtado dos locais, facto que, segundo fontes dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), reforça a hipótese de sabotagem deliberada e altamente planeada.
“Estes actos revelam conhecimento profundo sobre o funcionamento da via férrea”, disse um técnico sénior do CFM, que confirmou que a empresa já está a mobilizar equipas especializadas para restaurar as linhas.

A interrupção provocou sérios transtornos logísticos e humanos. Dois comboios de passageiros com destino à cidade da Beira estão retidos desde a madrugada, atualmente estacionados na zona de Savane. A previsão é que sigam até ao Dondo apenas ao cair da noite deste domingo, onde os passageiros deverão ser desembarcados.
O CFM estima que a reposição total da via — especialmente a partir do eixo Beira — só será possível nas primeiras horas de terça-feira.
Os prejuízos provocados pelos ataques rondam os dois milhões de dólares, somando danos materiais, custos operacionais e impacto na cadeia logística do corredor centro.
As autoridades continuam a investigar e não descartam a possibilidade de um grupo organizado estar por trás da série de sabotagens.
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