O edil da Maxixe, Issufo Francisco, intensificou o seu discurso contra empreiteiros que abandonam obras públicas ou entregam trabalhos de má qualidade, acusando-os de prejudicar o Estado e travar o desenvolvimento local. Após novos casos de desistência e atrasos injustificados, o autarca defende que empresas incumpridoras devem ser excluídas de futuros contratos e responsabilizadas pelos prejuízos causados. A posição firme foi reafirmada durante a inauguração de uma estrada municipal construída com 20 milhões de meticais.
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O presidente do Conselho Municipal da Maxixe, Issufo Francisco, voltou a levantar a voz contra empreiteiros que, segundo a edilidade, têm colocado em risco o desenvolvimento da cidade ao abandonar obras públicas ou entregar infraestruturas muito aquém do contratado. Num discurso firme e marcado por apelos à responsabilização, o edil considerou que determinadas empresas “não podem continuar a enriquecer à custa do erário público enquanto deixam a população sem serviços essenciais”.
Casos repetidos e prejuízo para a cidade
A indignação do edil surge em mais um episódio que expõe fragilidades na execução de obras públicas no município. Dois empresários são agora acusados de abandonar completamente projectos financiados pelo Estado, apesar de terem recebido pagamentos para iniciar e concluir as intervenções.
Além destes, um terceiro empreiteiro permanece activo, mas protagoniza um atraso significativo: iniciou uma obra em Dezembro do ano passado, com prazo de seis meses, e, passados vários meses além do limite contratual, a intervenção continua longe de estar concluída.
Para o edil, situações como estas representam uma dupla perda: o Estado desperdiça recursos e a população fica privada de melhorias esperadas, como acessos, infraestruturas de saneamento e serviços públicos.
“Não podem voltar a receber contratos públicos”
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Issufo Francisco defende medidas mais firmes contra empresas que acumulam histórico de má execução. Durante a inauguração de uma nova estrada no município, afirmou que empreiteiros faltosos devem ser excluídos de futuros concursos públicos.
“Temos de proteger o dinheiro do povo. Se uma empresa não cumpre, não pode voltar a ser contratada. É preciso responsabilizar, é preciso punir”, disse o edil, apelando a uma reforma séria nos mecanismos de fiscalização e contratação pública.
Nova estrada inaugurada e apelo à preservação
A ocasião para o discurso foi a inauguração de uma estrada recentemente concluída na Maxixe. A via, equipada com sistema de drenagem e construída com fundos municipais, representou um investimento de cerca de 20 milhões de meticais.
Apesar do avanço, o edil apelou à população para vigiar o tipo de veículos que circulam na nova estrada, alertando que sobrecargas e má utilização podem comprometer rapidamente a durabilidade da infraestrutura.
“Construir já é difícil. Manter ainda mais. Se permitirmos que veículos pesados utilizem vias que não foram dimensionadas para isso, o investimento perde-se”, acrescentou.
Um problema que se repete pelo país
A situação vivida na Maxixe reflecte um problema recorrente em vários municípios moçambicanos: obras iniciadas e nunca concluídas, prazos ignorados, orçamentos ultrapassados e infraestruturas entregues com defeitos estruturais. A ausência de responsabilização consistente abre espaço para práticas negligentes e impede o uso eficiente dos recursos públicos.
Especialistas em governação municipal defendem que a criação de mecanismos de controlo comunitário e auditorias independentes ajudaria a travar a impunidade e garantir maior transparência nos investimentos públicos.
Conclusão
Com a economia municipal sob pressão e a necessidade crescente de infraestruturas funcionais, o edil da Maxixe procura enviar um sinal claro: o tempo da tolerância com empreiteiros incumpridores está a chegar ao fim. Resta saber se as medidas propostas serão implementadas e se o município conseguirá transformar indignação em mudança concreta — para que a população não continue a pagar a factura de obras perdidas pelo caminho.
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