Mais de 700 mortos em confrontos após protestos eleitorais na Tanzânia
Desde o início dos protestos motivados pelas eleições gerais na Tanzânia, o país vive um dos períodos mais tensos e violentos da sua história recente. De acordo com informações preliminares, mais de 700 manifestantes perderam a vidaem confrontos com as forças policiais nas últimas semanas.
Os protestos começaram logo após a divulgação dos resultados eleitorais, que foram fortemente contestados por partidos da oposição e grupos da sociedade civil, que alegam fraudes e irregularidades no processo de votação. Em várias cidades, milhares de cidadãos saíram às ruas exigindo transparência e novas eleições.

O governo tanzaniano, por sua vez, justificou o uso da força como uma tentativa de restabelecer a ordem pública e impedir atos de vandalismo e destruição de propriedades. No entanto, organizações de direitos humanos locais e internacionais denunciam uso excessivo da força, detenções arbitrárias e censura à imprensa.
A comunidade internacional acompanha o caso com preocupação. A União Africana e as Nações Unidas já pediram diálogo imediato entre o governo e a oposição, bem como uma investigação independente sobre as mortes e abusos relatados.
Enquanto isso, o clima de tensão continua nas ruas. Muitos cidadãos afirmam viver com medo, mas dizem que não pretendem desistir de lutar por justiça e democracia.
“Estamos a perder irmãos e amigos, mas o que buscamos é um futuro onde a nossa voz conte”, disse um manifestante na capital Dodoma.
Com o país mergulhado numa crise política e social, observadores alertam que a Tanzânia enfrenta um ponto decisivo— entre a repressão e o diálogo, entre o silêncio e a esperança de uma nova era democrática.