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As primeiras chuvas da época já começam a expor um dos maiores desafios de mobilidade da província de Nampula. Cinco distritos — Mogovolas, Moma, Lalaua, Muecate e Larde — estão em risco de isolamento total devido ao avançado estado de degradação das suas vias de acesso, situação que ameaça intensificar-se à medida que as precipitações aumentam.
O cenário foi confirmado pelo Secretário de Estado da província, Plácido Pereira, que, numa visita de monitoria ao distrito de Moma, na quarta-feira (19), descreveu a situação como “urgente e preocupante”, destacando que a vulnerabilidade das estradas acabou por se transformar num problema de segurança e sobrevivência para milhares de pessoas.
Estradas esburacadas, pontes danificadas e comunidades em risco
Em vários troços, a circulação já acontece com grandes dificuldades. Há zonas onde a estrada desapareceu completamente devido à erosão, veículos ficam retidos durante horas e o transporte de mercadorias essenciais já regista atrasos significativos.
A situação agrava-se com a destruição de pontes fundamentais, algumas arrastadas pela força das águas. Nos distritos de Chalaua e Lalaua, por exemplo, as pontes que garantiam a ligação entre comunidades foram derrubadas, deixando moradores dependentes de rotas improvisadas e inseguras.
“E se efectivamente as chuvas forem fortes como no ano passado, teremos esta situação. Mas há uma mobilização em alguns sítios onde as pontes caíram, como é o caso de Chalaua e Lalaua,” explicou o Secretário de Estado.
Impactos vão além da circulação rodoviária
O isolamento dos distritos não representa apenas um problema logístico; tem impacto direto nas actividades económicas e nos serviços essenciais. A província, maior produtora agrícola do país, pode enfrentar dificuldades no escoamento de produtos, prejudicando pequenos produtores e mercados regionais.
Além disso, há preocupação com o acesso a hospitais e centros de saúde, pois ambulâncias podem não conseguir chegar a tempo em casos de emergência.
Governo busca soluções, mas admite limitações
Plácido Pereira sublinhou que o Governo está a trabalhar para garantir intervenções rápidas, mas admite que os recursos disponíveis não são suficientes para reabilitar todas as vias de forma definitiva antes do pico da época chuvosa.
“O Governo está a procurar soluções, para a breve trecho recuperar algumas estradas em termos de manutenção, mas o importante é encontrar soluções sustentáveis,” reforçou o governante.
Equipas técnicas e maquinaria já foram destacadas para pontos considerados críticos, numa tentativa de evitar que distritos inteiros fiquem completamente isolados. No entanto, as autoridades pedem paciência às populações, lembrando que as obras emergenciais não substituem a reabilitação profunda de que as infraestruturas necessitam.
Populações temem repetição de crises anteriores
Em vários pontos, as comunidades lembram que, em anos anteriores, o isolamento levou à escassez de alimentos, aumento dos preços, dificuldade no transporte de doentes e até interrupção de aulas devido à impossibilidade de chegar às escolas.
Com a previsão de chuvas intensas, o receio é de que a história se repita.
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