O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, recebeu nesta quinta-feira, 21 de novembro, Cesaltina Lorenzoni, Chefe do Programa Nacional de Controlo do Cancro e Diretora Científica e Pedagógica do Hospital Central de Maputo, após a sua eleição para a presidência da Organização Africana de Treino e Pesquisa em Cancro (AORTIC). Esta é a primeira vez na história que Moçambique assume este cargo continental, marcando um momento histórico para o país no cenário da saúde africana e internacional.
Durante a audiência, Lorenzoni informou o Chefe do Estado que a eleição ocorreu no dia 5 de novembro, durante a 15ª Conferência da AORTIC, realizada em Hammamet, na Tunísia. A responsável destacou a importância desta nomeação, afirmando:
“Tive encontro com Sua Excelência o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, no âmbito da eleição e nomeação como Presidente da Organização Africana de Treino e Pesquisa em Cancro, chamada AORTIC.”
Fundada em 1982 em Seattle, nos Estados Unidos, a AORTIC transferiu-se para África no ano seguinte, com sede em Togo, com o objetivo de centralizar esforços no controlo do cancro no continente africano. A presidência agora assumida por Moçambique terá duração de dois anos (2025-2027) e representa um mandato de relevância tanto pessoal quanto nacional.
A AORTIC integra todos os países africanos, além de membros da Europa e América do Norte, formando uma rede internacional de prevenção, investigação e capacitação científica em oncologia. Estruturalmente, o Presidente lidera o Conselho composto por Vice-Presidentes que representam as diversas regiões africanas — Norte, Oriental, Central, Ocidental e Austral — bem como a Europa, América do Norte e países africanos de língua portuguesa.
Lorenzoni enfatizou que esta nomeação coloca Moçambique em posição estratégica internacional, trazendo prestígio, influência científica e técnica, e a oportunidade de fortalecer parcerias e investimentos internacionais. A participação ativa do país na definição de prioridades continentais permitirá acelerar e reforçar as ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos no território nacional, além de mobilizar recursos e alianças estratégicas para o fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde.
A dirigente destacou também o caráter histórico da eleição: desde a fundação da AORTIC, em 1982, é a primeira vez que um país de língua oficial portuguesa preside a organização. Este marco, segundo Lorenzoni, aumenta a responsabilidade de Moçambique e posiciona o país como referência continental e internacional em investigação e formação oncológica, permitindo que seja visto como um modelo global no combate ao cancro.
Com esta liderança, Moçambique consolida um papel central no debate e formulação de políticas de controlo do cancro em África, reforçando a sua presença científica e diplomática no continente e abrindo portas para novos projetos de investigação e desenvolvimento de capacidades técnicas no país.
Artigos Relacionados: https://vozafricano.com/arc-desmantela-cartel-do-acucar-e-aplica-multas-milionarias-as-principais-acucareiras-mocambicanas/