A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) deu um passo significativo no reforço da rede de saúde pública em Tete ao lançar oficialmente, esta quarta-feira, 19 de Novembro, a construção do novo Hospital Distrital de Chitima, um investimento avaliado em 450 milhões de meticais. O projecto, inteiramente financiado pela empresa, foi formalizado durante uma cerimónia dirigida pelo ministro da Saúde, Ussene Hilário Isse, em representação do Presidente da República.
O acto marcou o início de uma obra aguardada há vários anos pelas comunidades do distrito de Cahora Bassa, que enfrentam limitações sérias no acesso a serviços hospitalares modernos e devidamente equipados.
Investimento integrado nas celebrações dos 50 anos da HCB
O lançamento deste grande projecto coincide com o cinquentenário da HCB, uma das maiores empresas de Moçambique e responsável por grande parte da produção de energia eléctrica do país. Como forma de assinalar as cinco décadas da sua existência, a empresa tem estado a reforçar iniciativas de responsabilidade social, e a construção deste hospital representa uma das suas intervenções mais estruturantes no sector da saúde.
De acordo com a HCB, o novo hospital será construído em fases e incluirá não apenas o edifício principal, mas também infraestruturas complementares destinadas a garantir a continuidade e qualidade dos serviços prestados. Cada fase foi concebida de forma a permitir que a unidade sanitária cresça de acordo com as necessidades futuras da população e com a evolução dos padrões nacionais de saúde.

Unidade hospitalar moderna e equipada para responder às principais necessidades da região
O Hospital Distrital de Chitima terá inicialmente capacidade para 65 camas, mas o projecto foi desenhado para permitir expansão, caso o crescimento populacional assim exija. A unidade incluirá:
- Áreas de consulta externa para várias especialidades
- Serviço de urgências com equipas de resposta rápida
- Bloco operatório equipado para cirurgias de baixa e média complexidade
- Serviços de maternidade e obstetrícia
- Enfermarias para adultos e crianças
- Laboratórios e salas de diagnóstico
- Morgue com condições adequadas de conservação
- Lavandaria e instalações técnicas para suporte operativo
A HCB garantiu que o hospital será equipado com tecnologia moderna, incluindo sistemas de monitorização clínica, radiologia, laboratório e equipamento cirúrgico adequado. O apetrechamento será feito após a conclusão da construção, garantindo que a unidade entre em funcionamento já preparada para atender às necessidades imediatas dos pacientes.
Ministro da Saúde destaca importância estratégica do projecto
Durante o lançamento da primeira pedra, o ministro da Saúde, Ussene Hilário Isse, destacou a importância estratégica do investimento para a rede nacional de saúde, sublinhando que este é um exemplo de parceria entre o Estado e o sector empresarial para melhorar indicadores sociais.
“Este hospital representa muito mais do que um edifício. Representa o compromisso de trazer soluções reais para problemas que afectam diariamente milhares de moçambicanos. A HCB tem sido uma parceira incansável e continua a demonstrar ser uma empresa verdadeiramente amiga do povo”, afirmou o ministro.
Isse acrescentou que o novo hospital vai responder a um conjunto de necessidades identificadas ao longo de anos, incluindo o acesso limitado a cuidados de urgência, partos seguros e tratamentos especializados.
HCB reforça que o projecto é um compromisso com o desenvolvimento humano
O presidente do Conselho de Administração da HCB, Tomás Matola, afirmou durante o seu discurso que a construção do hospital representa um investimento no futuro de Cahora Bassa e dos distritos vizinhos. Ele sublinhou que uma população saudável é fundamental para o crescimento económico e social, e que empresas de grande porte têm responsabilidade directa em contribuir para esse objectivo.
“Não estamos apenas a construir um hospital. Estamos a reforçar a dignidade humana, a criar oportunidades para que as famílias vivam com mais segurança e esperança. O acesso à saúde é um direito, e este projecto é a nossa forma de retribuir ao povo que acolhe e suporta a actividade da HCB”, disse Matola.
Benefícios directos para mais de 187 mil habitantes
Com a entrada em funcionamento da nova infraestrutura, a população beneficiada ultrapassará os limites do distrito de Cahora Bassa. Estima-se que cerca de 187 mil habitantes passem a ter acesso a cuidados hospitalares modernos sem necessidade de se deslocarem a longas distâncias.
Além disso, moradores dos distritos vizinhos — Changara, Marávia, Mágoè e Marara — também serão abrangidos, reduzindo de forma significativa o tempo e os custos associados ao transporte de doentes.
Especialistas em saúde pública consideram que este projecto poderá melhorar indicadores como:
- mortalidade materno-infantil
- resposta a emergências
- diagnóstico precoce de doenças
- acesso a cirurgias básicas
- controlo de doenças endémicas
Expectativas elevadas para a região
Para muitos residentes, o novo hospital representa a concretização de um sonho antigo que poderá transformar a realidade sanitária da região. Comunidades que antes dependiam de unidades pequenas e pouco equipadas passam agora a ter esperança de acesso a cuidados qualificados.
As autoridades locais destacam que o projecto também trará benefícios económicos indiretos, como a criação de empregos durante a construção e o aumento da actividade em serviços de apoio no distrito.
Um compromisso para o futuro
Com a primeira pedra já lançada, o Governo e a HCB reforçaram que o objectivo é garantir que a obra avance sem interrupções, mantendo padrões de qualidade e prazos realistas. O hospital representa um marco de desenvolvimento para Chitima e para toda a província de Tete, simbolizando não só um investimento social, mas também um passo decisivo para o fortalecimento da saúde pública em Moçambique.
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