Um incêndio de grandes proporções, alegadamente provocado por um curto-circuito, deixou 25 formandos do 3.º ano da Escola de Professores do Futuro (EPF/ADPP), em Nametil, completamente desalojados, na noite de terça-feira. O incidente ocorreu no distrito de Mogovolas, província de Nampula, e abalou a comunidade académica numa fase extremamente sensível, marcada pelos exames finais.
Segundo testemunhos recolhidos no local, as chamas começaram subitamente num dos quartos do dormitório masculino, espalhando-se com rapidez devido à presença de materiais inflamáveis. Estudantes relataram momentos de pânico e correria para retirar alguns pertences antes que o fogo consumisse o edifício. Apesar da intensidade do incêndio, não houve registo de feridos, facto que as autoridades consideram um “alívio dentro da tragédia”.
O director da escola, José Fernando, afirmou que as causas do curto-circuito ainda não estão completamente esclarecidas, mas garantiu que a equipa técnica da instituição já está a colaborar com peritos para identificar o que realmente originou o sinistro. O fogo destruiu cinco quartos, deixando para trás um cenário de escombros e perdas materiais significativas, incluindo documentos, roupas, livros e dispositivos electrónicos dos estudantes.
A direcção está a realizar um levantamento detalhado dos danos, enquanto decorrem trabalhos de limpeza e remoção de destroços. Fernando acrescentou que a prioridade imediata é garantir que os estudantes desalojados tenham condições básicas para continuar as aulas e realizar os exames:
“Estamos a trabalhar com as autoridades locais para assegurar um realojamento rápido e digno. A nossa maior preocupação é que a aprendizagem dos jovens não seja interrompida.”
As autoridades distritais deslocaram-se hoje ao local com uma equipa multissectorial, que inclui bombeiros, técnicos de infraestrutura e representantes do Governo. O objectivo é avaliar a profundidade dos estragos, reforçar medidas de prevenção e acelerar o processo de investigação. A administração do distrito de Mogovolas já havia comunicado que pretende implementar novos mecanismos de segurança eléctrica, sobretudo em infraestruturas que acolhem estudantes.
Para minimizar o impacto emocional e académico, o Governo garantiu apoio imediato às vítimas. Serão disponibilizados espaços de acolhimento temporário, alimentação e algum material de reposição. “Precisamos de garantir estabilidade aos formandos para que concluam o ano lectivo com tranquilidade”, assegurou um porta-voz distrital.
Enquanto isso, a comunidade local, pais e encarregados de educação continuam apreensivos e apelam por maior atenção às condições estruturais das escolas internas, para que episódios semelhantes não voltem a acontecer.
O caso permanece sob investigação, e a direcção da EPF/ADPP espera concluir o relatório oficial nos próximos dias.
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